terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

missão não-cumprida

Eu me amaldiçoei mil vezes por não conseguir dizer. Está tudo tão bom, tão calmo, e eu vou estragar tudo mais uma vez se aquelas três palavras, somente três em tantas que tenho presas na garganta, sair pela minha boca. Mas mesmo assim preciso dizê-las, não aguento mais tudo isso! Eu sou uma péssima amiga, uma amiga tão péssima que trocaria minha própria vida por um abraço com mais de cinco segundos. D'javú. Eu não aguento mais ficar perto dele sem querer ser envolvida em seus braços, sem querer mesclar sua respiração com a minha e ficar lá, por um tempo bom o suficiente para conseguir sintonizar meu coração com o dele. Ah, tão melodramaticamente estúpida. Eu já vi esse filme, milhares de vezes quando vou dormir, centenas de vezes quando saio de casa e, principalmente, dezenas de bilhares de vezes quando olho em seus olhos, assustada quando não consigo sustentar o olhar, quando não consigo ficar ali parada, só olhando para ele. E claro, sentar na frente dele nas aulas não ajuda nem um pouco a minha respiração se ajustar ao ritmo normal. Tão burra. Como posso cometer os mesmos erros novamente? Já cansei de saber que ele não gosta nem um pouco de mim, como posso me considerar amiga? Como posso imaginar um dia estar com ele sozinha, juntos, sem ligar para o resto do mundo? Posso ver a cena dele rindo dia 5 de Junho claramente em minha mente. Mas eu queria que isso parasse, por isso que tenho que dizer, conseguir que ele se afaste, mesmo sofrendo com isso. Ficar junto dele, nem que seja só para cumprimentar, é tão bom. Sentir seu cheiro, o olhar sobre mim, o som da sua voz. Eu realmente fico hipnotizada, confesso. E claro, confesso também que sou muito idiota, burra, estúpida a ponto de acreditar em cada palavra bonitinha que ele diz, quase nenhuma, mas é inegável que eu fico meio boba quando eu vejo que ele está preocupado comigo, quando ouço ele me chamar nem que seja pra emprestar um lápis. Mas tudo bem, ainda não quero estragar isso, talvez até tire proveito (como abraçar ele dizendo que está acontecendo uma coisa muito ruim, o que não é mentira, só que não posso contar pra ele senão estragaria tudo). Que seja infinito em quanto dure, minha doce ilusão.

Agora podem rir do meu texto.

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